Nos dias de hoje, os Ad Blockers têm um papel quase standard para grande parte das pessoas que acedem à internet regularmente. Tornaram-se numa ferramenta “must-have” para aqueles que realmente procuram uma experiência sem distrações, fluída, e acima de tudo menos disruptiva.

Ao posicionarmo-nos na ótica do consumidor ou do utilizador frequente, é fácil compreender o porquê de usarem este tipo de software que bloqueia conteúdo.

No entanto, a parte de quem está por detrás destes anúncios é muitas vezes esquecida, ou nem sequer é refletido o efeito que os Ad Blockers têm no trabalho dos anunciantes e marketers.

Neste artigo procuramos aprofundar este paradigma criado pela crescente popularidade destas extensões anti-publicidade: qual é a sua verdadeira história, do que se tratam e o seu efeito em diferentes tipos de campanhas de marketing digital.

Ad blockers: o que são e como surgiram

Acreditamos que já está bem familiarizado com este tipo de software em formato de simples extensões para os diversos browsers. No entanto, é sempre importante garantirmos a perceção do que estamos a analisar.

O cenário dos bloqueadores de anúncios é praticamente dominado por duas extensões distintas, mas ambas muito semelhantes e com o mesmo propósito. São elas a extensão “AdBlock” e a “Adblock Plus”, contando com milhões de aderentes por todo o mundo.

Esse propósito está então focado na eliminação de anúncios por toda a web, em qualquer tipo de site, independentemente do formato em que é criada a publicidade. Com este bloqueio, quer de pop-ups, banners e até mesmo vídeos, o objetivo principal é fornecer ao utilizador uma experiência de navegação sem distrações.

Adicionalmente, surgem outras vantagens adjacentes, como a maior segurança, evitação de malwares presentes em certos anúncios, e também uma diminuição dos tempos de carregamento do conteúdo das páginas dos websites, reduzindo ao mesmo tempo o consumo de dados móveis.

Porque é que existem?

Como qualquer outro tipo de software ou ferramenta criada, os Ad Blockers foram desenvolvidos para solucionar certos problemas que estavam em constante crescimento e ainda hoje representam algumas dores de cabeça e preocupações para quem navega constantemente pela internet.

Esses problemas afetam de uma forma generalizada toda a população digital, e podem ser facilmente evidenciados e divididos em 5 pontos distintos:

  • Pouco controlo da privacidade;
  • Experiência na web perturbada;
  • Publicidade em excesso;
  • Publicidade maliciosa;
  • Publicidade/Anúncios com mau aspeto.

Assim, os Ad Blockers fundamentaram a sua criação e existência com base nestes pilares e que até hoje conseguem, com sucesso, atacar e aliviar estes problemas sentidos por parte dos utilizadores.

Esta eficácia das extensões justifica também a sua adesão massiva nos últimos anos. As pessoas tornaram-se cada vez menos toleráveis à publicidade digital, apenas no período entre 2010 e 2015, houve um aumento de 160 milhões de aderentes ao movimento dos ad blockers, segundo a Adobe e PageFair.

Segundo o Statista, no último quarto de 2019 foram registados 763.5 milhões de utilizadores de algum tipo de plugin de adblock, em browsers e em mobile.

Ad Blockers vs Marketing Digital

A verdade é que, com o crescimento cada vez mais exponencial destas extensões para os browsers por todo o mundo, mais difícil se tornará o trabalho das marcas e anunciantes online para conseguirem chegar ao seu público-alvo desejado e que essas pessoas sejam atingidas pelas publicidades planeadas.

É uma autêntica problemática moderna, onde os profissionais da área agora têm de ter em conta este grande obstáculo, no momento em que estiverem a delinear as campanhas de marketing digital. Torna-se cada vez mais crucial nos dias de hoje serem feitas previsões no impacto que os Ad Blockers terão, para que os gastos sejam minimizados.

No mesmo relatório realizado pela Adobe e Pagefair, estimou-se que em 2016 os custos potenciais para os anunciantes, causados pelos bloqueios de ads, excediam os 40 mil milhões de dólares.

Obviamente, este impacto que tem preocupado os marketers nos últimos anos, vai variando conforme a situação e estratégia utilizada por cada empresa.

Uma campanha realizada especificamente para atingir utilizadores mobile no browser, ou até mesmo dentro de uma app, vai ter uma maior chance de não ser bloqueada do que se for feita para as redes sociais ou em websites na versão desktop.

Por isso, até que ponto campanhas de pesquisa paga (Google), de Facebook Ads, e de Youtube serão afetadas pelos Ad Blockers? Fique a perceber melhor.

Campanhas de Paid Search e Display Ads – Google

As campanhas pagas realizadas dentro da plataforma Google Ads, direcionando publicidade para a página de resultados de pesquisa (SERP), não são tão afetadas, comparativamente aos outros tipos de campanhas online.

Isto acontece uma vez que a Google faz parte do programa “Acceptable Ads”, ou de Anúncios Aceitáveis. Este programa foi criado com o intuito de apoiar os websites que alojam certas publicidades, sendo elas as fontes mais importantes para o sustento das suas operações.

Assim, as extensões como o AdBlock e Adblock Plus, deixam predefinida a opção de não bloquearem anúncios que demonstram não serem intrusivos e que são minimamente discretos, estando em linha com os regulamentos do programa.

Campanhas do Facebook Ads

No Facebook, continuamos com um cenário onde as extensões, por mais contraditório que pareça, ajudam um pouco os anunciantes que criam anúncios dentro das características aceitáveis e não muito perturbadoras, pois ao serem mantidas as definições predefinidas nos Ad Blockers, esse tipo de anúncios ainda não é totalmente bloqueado.

No entanto, se o utilizador assim o preferir, torna-se possível alterar as definições da extensão ao pormenor, até a um ponto onde não é atingido por qualquer tipo de campanha paga.

Resumindo, ao utilizar a extensão sem qualquer tipo de modificação, o usuário ainda verá conteúdo pago a ser promovido na sua timeline, mas em formato de posts patrocinados, de uma forma muito pouco intrusiva parecendo conteúdo orgânico.

Com a alteração das definições da extensão, alguns utilizadores fazem o máximo esforço para não permitirem aos anunciantes exibirem as suas publicidades, como também as suas tentativas de remarketing, pois bem, estes Ad Blockers também têm a funcionalidade de bloquear a monitorização da atividade do browser. Assim, certos utilizadores poderão simplesmente desaparecer, e afetar bastante algumas campanhas feitas com o Facebook Ads.

Campanhas no Youtube

Por fim, no caso de campanhas focadas para a audiência no Youtube, as publicidades que serão bloqueadas são em três sítios diferentes, tornando a experiência de visualização de vídeos ininterrupta para o utilizador.

As três diferentes formas de publicidade (paga) clássicas no Youtube são através de um banner horizontal por cima do player do vídeo, um display ad por cima da lista dos vídeos seguintes, e a menos popular entre os utilizadores, no geral, em forma de vídeo, podendo ser reproduzido antes do vídeo do Youtube começar ou até mesmo a meio da sua reprodução.

Já se tinha apercebido do impacto que os Ad Blockers poderão ter nas suas campanhas de marketing digital? Os paid media continuam a trazer resultados e a ser uma parte importante da estratégia de marketing. No entanto, conseguimos perceber a importância de uma análise de audiência e resultados de tráfego pago, bem como a importância do conteúdo orgâncio.

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