O tema da proteção de dados, ou RGPD, é um tema muito sensível para qualquer equipa de marketing, levantando diversos desafios nesta área, mas nós temos 5 dicas de marketing para si!
Com o RGPD o conceito “dados pessoais” tornou-se ainda mais extenso, incluindo qualquer informação suscetível a identificar uma pessoa direta ou indiretamente.
E isto inclui além de e-mails, os IDs de cookies, IDs de publicidade, endereços IP e até mesmo dados de localização, tecnologias de acompanhamento ou rastreamento online e de segmentação. Basicamente, incluem grande parte dos recursos utilizados pelas equipas de marketing e de vendas.
O RGPD é uma realidade, portanto enquanto equipa de Marketing resta-nos alinhar os processos com as novidades deste regulamento, que se reflete não apenas na utilização de informação, mas também na forma como a mesma é armazenada.
A informação é um elemento vital para a atividade não só do Marketing como das Vendas, e a aposta deve passar por gerir esforços entre estas áreas para não colocar em causa a eficácia de qualquer uma delas.
Assim, o método de recolha de dados deve ser claro para todos, todos devem perceber quais os dados que podem utilizar, e todos devem ter conhecimento dos processos de armazenamento da informação para salvaguardar qualquer dúvida perante o cliente.
Destacamos 5 dicas de marketing úteis que podem ajudar a agir de acordo com o RGPD.
1. Transparência e clareza na recolha de dados
O consentimento é uma das bases legais mais faladas no âmbito do RGPD. Qualquer recolha de informação pressupõe que seja solicitado ao cliente a recolha e processamento da informação. Este consentimento, via e-mail ou website, deve obedecer a algumas regras:
- Ser livre, ou seja, permitir ao cliente optar e poder recusar;
- Ser específico, dando a precisa informação ao cliente sobre o que está ou não a consentir;
- Ser positivo, ou seja, o cliente deve ter a opção de clicar para autorizar e estando por defeito o não autorizar;
- Não pressupor um benefício, entrando aqui a oferta de qualquer desconto ou vale de oferta para coação do consentimento.
2. Limites ao tratamento e segurança, impostos pelo RGPD
Devem ser apenas recolhidos dados que sejam adequados, relevantes e que sirvam um propósito específico.
Estes dados devem estar protegidos em linha com as medidas de segurança impostas no âmbito do regulamento, e que incluem a proteção contra o processamento não autorizado, perda acidental, divulgação indevida, destruição ou eliminação dos mesmos. A transferência ou partilha de dados está também abrangida, devendo existir com consentimento por parte do cliente para a transmissão e partilha da informação com terceiros.
A melhor forma de salvaguardar a forma como é gerido o tratamento e segurança da informação, é adequar as ferramentas internas como CRM, para que a recolha de consentimentos e a informação ao cliente esteja centralizada e possa ser gerida de forma única e abrangente a todas as plataformas utilizadas pela empresa.
3. Atualização das políticas de privacidade
Parece redundante, mas as políticas de privacidade são áreas do website que têm de ser constantemente atualizadas em função de alterações internas, seja de segurança seja de processos.
Nelas deve constar a explicação clara e prática, em linguagem corrente, de tudo o que tenha a ver com a utilização de dados do cliente. Deve também constar os direitos previstos no RGPD, de acesso, de retificação, de esquecimento… mas principalmente deve ser clara a utilidade dos dados. De forma discriminada!
Qualquer partilha de dados deve também estar aqui prevista, bem como prazo de armazenamento da informação, processamento da mesma e medidas de segurança internas.
4. Redefinir estratégia de Outbound Marketing
O outbound Marketing como conhecíamos já não existe. A utilização de base de dados de contactos, a compra de listas, já não é livre e só deve ser um caminho a seguir se o provedor da informação for reconhecido, que garantam a legalidade das suas bases de dados, contendo contactos que de facto optaram por receber informação de comunicação e marketing.
Alertamos ainda para o facto de que no caso da utilização de contactos sem permissão, pode trazer problemas não apenas para quem vende a lista de contactos, mas também para a marca que a compra.
Avaliar bem a estratégia de Outbound e alinhar novas ações de Inbound Marketing é uma das dicas de marketing a seguir.
5. Avaliar a estratégia de Inbound Marketing
Toda a estratégia de Inbound Marketing acaba no preenchimento de um formulário. Pois bem, a informação a recolher nos formulários deve ser a estritamente necessária. Minimizar os campos de preenchimento não só estão em linha com o RGPD como facilitam a adesão ao mesmo por parte do cliente.
No envio de e-mails que estejam contemplados em fluxos de Inbound Marketing é também necessário incluir a opção de Unsubscribe, dando dessa forma a opção ao cliente de sair do fluxo sempre que assim o entenda.
O RGPD veio para ficar
O essencial é estar atento e entender quais as implicações para o negócio. Estar ciente das particularidades do regulamento e avaliar todos os processos internos, antigos e novos em função das novas regras, recolhendo informação e avaliando processos juntamente com a equipa de profissionais de IT e Direito.
Arriscar é arriscado…